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Burnout – 10/12/2024

A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho. Essa condição, também chamada de “síndrome do esgotamento profissional”, afeta quase todas as facetas da vida de um indivíduo e é o resultado direto do acúmulo excessivo de estresse e de tensão emocional.

Como identificar?

Sintomas como pressão frequente na cabeça, sono excessivo ou insônia, falta de concentração, tontura, visão embaçada e até mudanças na voz são alguns dos sinais. 

Esses sinais entram nos impactos físicos causados pela síndrome. Além desses, taquicardia, falta de ar, tremores, sudorese, dor na barriga ou no peito, desmaios, sensação de formigamento pelo corpo e ondas de frio e de calor. Mesmo assim, todos esses sintomas ainda não englobam a totalidade dos efeitos da doença. 

Por ser uma enfermidade ligada ao estresse, efeitos psicológicos também podem ser observados. Perin explica que, por conta da sobrecarga, a pessoa começa a ficar mais irritada, desenvolvendo uma certa aversão ao trabalho e aos colegas e outros funcionários. Também há sintomas depressivos, como desânimo, falta de vontade e um cansaço exagerado.

Como evitar o Burnout?

Reduzir o estresse, definindo pequenos objetivos na vida profissional e pessoal; Participar em atividades de lazer com amigos e familiares; Fazer atividades que “fujam” da rotina diária, como passear, comer num restaurante ou ir no cinema; Dar atenção aos sinais de alerta do corpo e da mente; Comunicar-se de forma clara e assertiva com os colegas e gestores

➡ Desapegue dos eletrônicos

Uma atitude que pode ajudar contra o estresse é entrar em contato com um amigo (até colega de trabalho) e conversar sobre o dia.   Falar pode funcionar, seja distraindo você de seus pensamentos estressantes ou liberando parte da tensão acumulada, discutindo-a. Expressar-se é uma das maneiras que podem aliviar a tensão e te ajudar a relaxar. Ou seja, uma simples ação pode ser o melhor antídoto para o estresse. Além disso, não deixe de, mesmo que distante, se conectar com as pessoas.

CONTRIBUA para um ambiente de trabalho mais saudável, criando uma boa rotina dentro da empresa. Há inúmeros recursos para promover a saúde mental, como:

➡  BUSQUE estabelecer limite nas relações dentro da empresa, para que a amizade não seja usada como desculpa para que lhe transfiram mais trabalho e responsabilidade do que você pode assumir;                                                                                                                                                           

EVITE levar trabalho para fora do escritório, mesmo que seja ler emails e mensagens do trabalho fora do expediente;

NÃO abra mão das férias;

EM caso de assédio (qualquer tipo de humilhação ou constrangimento que diminua, envergonhe ou ridicularize o trabalhador no ambiente de trabalho) comunique a equipe responsável;

APOSTE nos trabalhos em equipe para compartilhar as tarefas com os colegas e melhorarem a performance.

E fique alerta, é preciso estar atento aos sintomas da síndrome de burnout. Lembre-se que se a mente está cansada, perdemos a eficiência e boa parte do rendimento. Logo, não adianta trabalhar mais, os resultados serão aquém do esperado e isso faz com que a frustração aumente. Portanto, ao menor sinal da síndrome procure um tratamento adequado e práticas que o ajudem, como essas que listamos.

Material sobre Burnout elaborado por Prof. Maria Bernardete Seroy Camargo, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Assédio – 17/09/2024

Caracteriza-se como assédio toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se por comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritos que possam trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física e psíquica de uma pessoa, pondo em perigo seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho. A humilhação repetitiva interfere na vida do profissional, comprometendo a integridade, a dignidade, as relações afetivas e sociais. Gera danos à saúde e pode levar à incapacidade de trabalho e até a morte.

Tipos de Assédio

Institucional: quando a instituição incentiva ou tolera o assédio.
Interpessoal: individual com o objetivo de prejudicar ou eliminar alguém da equipe.

Horizontal
↪ Mesmo nível de hierarquia; Colegas intimidando os mais vulneráveis é o exemplo mais típico

Vertical
↪ Níveis hierárquicos diferentes

Tipo 1 – Ascendente
Subordinado ou grupo de subordinados contra o chefe; Boicote e chantagem visando promoção são exemplos.

Tipo 2 – Descendente
Chefe sobre subordinados; Exigir tarefas que não fazem parte da função, induzindo ao erro para punição é um exemplo

Perfil do Agressor

  • Humilha o subordinado quando não há testemunhas e tem habilidade para desestruturar psicologicamente de uma forma discreta e elegante.
  • Ganha confiança do funcionário, mostrando-se sensível aos seus problemas particulares, mas na primeira oportunidade utiliza as mesmas informações para rebaixar, afastar do grupo ou mesmo abrir um processo administrativo contra o subordinado.
  • É agressivo e perverso nas palavras e atos. Tem o hábito de humilhar o subordinado por qualquer questão.
  • Não sabe ouvir sempre se coloca como dono da verdade. É agradável e sempre solícito com seus superiores, mas persegue os subordinados e orgulha-se de controlar a equipe com mão de ferro.
  • Uma pessoa grosseira, que implanta as normas sem pensar e espera que todos obedeçam sem reclamar. Acha que sempre está com a razão.
  • Esconde sua insegurança com atitudes grosseiras e gosta de ter plateia para seus atos de humilhação. Acredita que esse é o caminho para ser respeitado e temido por seus subordinados.
  • Vive contando vantagem e não admite que seus subordinados tenham mais conhecimento ou capacidade do que ele.
  • É confuso e inseguro e disfarça sua falta de capacidade com ordens contraditórias: mobiliza a equipe com projetos novos, para logo modificá-los criando instabilidade. Fica perdido com as demandas de seus superiores. Quando seu time é elogiado por um projeto, colhe os louros para si; quando recebe críticas, é o primeiro a aponta culpados e responsabilizar a própria equipe

No contexto escolar, existem dois clássicos casos:

assédio descendente: o assediador é o professor e a vítima é o aluno
assédio ascendente: o assediador é o aluno e a vítima é o professor

São exemplos no descendente: alijamento de atividades especiais, reprimendas repetitivas, críticas constantes ao comportamento do aluno, critérios não equitativos de correções de trabalhos, provas, discriminação étnica, religiosa, social, por origem, incluindo discriminação contra estrangeiros ou alunos procedentes de outras regiões do mesmo país, entre outras.

São exemplos no ascendente: desrespeito, sarcasmo, falta de atenção intencional, provocações, perturbações da ordem na sala de aula e no ambiente escolar em geral, abuso em função do poder econômico com ameaças à integridade física, entre outros

Atitudes hostisIsolamento e recusa   de comunicaçãoAtentado contra a dignidadeViolência verbal, física ou sexual
Retirar da vítima a autonomiaInterromper a vítima constantementeDesqualificação com insinuações de desdémAmeaças de violência física
Não lhe transmitir mais as informações úteis para a realização de tarefasOs superiores e os demais colegas de trabalho não dialogam com a vítimaGestos de desprezo diante da vítima (suspiros, olhares desdenhosos)Agressões físicas, mesmo que de leve: a vítima é empurrada, tem a porta fechada em sua face e similares
Contestar sistematicamente suas decisõesA comunicação é somente por escritoDescrédito da pessoa até com rumores a respeito do trabalhadorSomente falam com a pessoa aos gritos
Criticar seu trabalho de forma injusta ou exageradaRecusa de contato com a vítima, mesmo visualSão atribuídos problemas psicológicos (afirmações de que a pessoa é doente mental)Invasão da vida privada, com ligações telefônicas, redes sociais
Privar a vítima de acesso aos instrumentos de trabalhoA pessoa é separada dos outrosZombarias sobre deficiências ou aspectos físicos da pessoaA vítima é seguida na rua, espionada em seu domicílio 
Retirar o trabalho que normalmente lhe cabe ou dar-lhe novas tarefas permanentementeIgnorar a presença do trabalhador, dirigindo-se apenas aos outrosCríticas à vida privada do trabalhadorSão feitos estragos em seus bens
Atribuir proposital e sistematicamente tarefas superiores às competências ou à saúde da vítima ou instruções impossíveis de executarProibir colegas de falar com o trabalhadorZombarias quanto à origem ou nacionalidade da pessoaA pessoa é assediada ou agredida sexualmente (com gestos ou propostas)

➡ Não é assédio moral

  • Exigir que o trabalho seja cumprido com eficiência não é assédio moral
  • Aumento do volume de trabalho: pode haver períodos de mais demanda. A sobrecarga de trabalho só é vista como assédio se usada para desqualificar alguém ou como punição
  • Mecanismos Tecnológicos de Controle: o ponto eletrônico não pode ser caracterizado como intimidação​
  • Más condições de trabalho: a condição física do ambiente não é considerada como assédio moral, a não ser que o trabalhador seja colocado propositalmente em tais condições para humilhação.​

Consequências do Assédio Moral

  • Redução da capacidade de fazer amigos;
  • Falta de esperança no futuro;
  • Mudanças de personalidade reproduzindo as condutas de violência moral e passando a praticar violência na família;
  • Aumento de peso ou emagrecimento exagerado;
  • Distúrbios digestivos;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Tremores ​e palpitações.

Fique atento aos sinais! O assédio moral é grave porque causa danos à saúde e pode levar à morte do indivíduo, seja por doenças seja por suicídio. Evitar o assédio é dever de todos. Ligue 188 para conseguir ajuda através do Centro de Valorização da Vida.

Prevenção

  • Estabelecer canais de recebimento e protocolos de encaminhamento das denúncias
  • Promover palestras, oficinas e cursos sobre o assunto
  • Divulgar que o assédio moral é incompatível com os princípios organizacionais
  • Incentivar boas relações no ambiente de trabalho, com tolerância à diversidade de perfis e ritmos de trabalho
  • Garantir que as práticas na organização sejam aplicadas a todos de forma igual, com tratamento justo e respeitoso
  • Dar exemplo de comportamento e conduta
  • Oferecer apoio e acolhimento

Consequências legais para o assediador

  • É garantida a apuração dos fatos por meio de sindicância e/ou processo administrativo disciplinar em que seja garantida a ampla defesa
  • A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) atribuiu a quem comete condutas de assédio moral, falta grave punível com demissão por justa causa
  • Sendo o assediador servidor público pode ser responsabilizado pelos danos morais e materiais sofridos pela vítima

Entre em contato com um representante da equipe gestora da Unidade de Ensino e/ou comunique-se pelos canais oficiais do CPS: copams@cps.sp.gov.br e ouvidoria@cps.sp.gov.br. Busque autoridade policial para lavrar boletim de ocorrência, reunindo provas para comprovar o assédio e anotando detalhadamente os ocorridos, com dia, hora e data, local, área de atuação do agressor, colegas que testemunharam e o conteúdo da conversa.

Assédio Virtual — Cyberbullying

O Assédio Virtual configura-se quando um indivíduo ou grupo de pessoas utiliza a tecnologia digital (internet), objetivando ofender, hostilizar, importunar, intimidar ou perseguir alguém/grupo de indivíduos através da prática de comentários sexuais, pejorativos, divulgação de dados, informações pessoais e a propagação de discursos de ódio feitos na internet. Normalmente, os ataques sofridos por uma vítima de Assédio Virtual são intencionais e direcionados a violação da dignidade pessoal. O Assédio Virtual está circunstanciado pela conotação Moral e Sexual.

O Assédio Virtual com conotação SEXUAL, pode ser identificado a partir dos elementos abaixo:

  • comentários sexuais ou pejorativos;
  • divulgação de dados ou informações intimas;
  • envio de fotos íntimas sem aprovação;
  • insistência;
  • pretensão constante;
  • constrangimento;
  • sutileza.

O Assédio Virtual com conotação MORAL, pode ser identificado a partir dos elementos abaixo:

  • ameaças;
  • propagação de discursos de ódio;
  • palavra praticada de forma repetitiva;
  • abuso de autoridade objetivando atingir a autodeterminação do servidor;
  • danos ao ambiente de trabalho;
  • difusão de rumores ou boatos que afetem a honra de terceiros.

Mesmo que o fato, não tenha ocorrido presencialmente, o suposto autor deve responsabilizar-se pela representação que ocupa (docente, discente, gestor e servidor administrativo) diante das normativas institucionais vigentes, função que exige um comportamento ilibado seja presencialmente ou virtualmente, sendo a conduta o objeto de análise da Autarquia. Assim sendo, as condutas lesivas à intimidade, à honra, à privacidade e à dignidade sexual de terceiros são passíveis de punição pelo Estado

Com a expansão das Redes Sociais Digitais, o Assédio Virtual tem se tornado cada vez mais recorrente e, pode constituir-se em crime, como por exemplo, mediante a divulgação de Fake News.

O conteúdo da Cartilha de boas práticas digitais do Governo do Estado de São Paulo pode ser relevante para prevenção.

Material sobre Assédio elaborado por Prof. Maria Bernardete Seroy Camargo, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).